domingo, 22 de julho de 2012

INCENTIVO A IMIGRAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ (1891)


AUTOR
BARÃO DE LUCENA
ORIGEM
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS DA AGRICULTURA, COMMERCIO E OBRAS PÚBLICAS
DESTINO
GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ
DATA
27 de maio de 1891
REGIÕES DE INTERESSE
BRASIL, TODOS OS ESTADOS
TEMA
INCENTIVO A IMIGRAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ
RESUMO:

              Ofício circular incentivando os governadores de estado a darem toda espécie de apoio aos escritórios brasileiros na Itália e na Alemanha de incentivo a imigração.

Assina o Barão de Lucena, Henrique Pereira de Lucena.








TRANSCRIÇÃO
1° página

Rio de Janeiro, 27 de Maio de 1891



Circular   
                                                                         Sr. Governador

            No intuito de promover a mais ampla propaganda em favor do Paiz deliberou o Governo passado estabelecer no Reino da Itália, donde procede a maior corrente de immigrantes, escriptórios de informações sob a direção geral do engenheiro Manoel Maria de Carvalho, o qual bem comprehendendo os fins da sua comissão, montou nos mesmos escriptórios, que se achão nas cidades de Milão e de Genova, constante exposição de produtos nacionais, photographias, plantas, geographia, jornaes &
            Com igual fim acabo de mandar estabelecer serviço idêntico no Império Allemão sob a administração do engenheiro Felippe de Figueirôa Faria.

2° página

            Para que, porém, os referidos escriptórios possão offerecer aos interessados a maior somma de informações uteis, convém que todos os estados coparticipantes nas vantagens da immigração, forneção o seu contingente satisfazendo com diligencia as requisições que forem feitas por aquelles commissarios, em tudo quanto possa aproveitar á propaganda na parte que cada um couber.
            Assim communicando-vos os esforços que faz o Governo Federal para desenvolver a immigração, espero que da vossa parte fareis quanto estiver a vosso alcance para que os escriptorios de informações sejão regularmente enriquecidos com os elementos que lhes enviareis

3° página

sobre esse Estado, attendendo com solicitude as requisições que vos forem dirigidas pelos mencionados commissarios

                                                           B. de Lucena


BARÃO DE LUCENA
Henrique Pereira de Lucena nasceu a 27 de maio de 1835 em Bom Jardim. Filho do coronel Henrique Pereira de Lucena, um dos heróis da Revolução Praieira, estudou Humanidades no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, de 1846 a 1853, recebendo o diploma de bacharel em Letras; formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife em 1858.
Começou sua carreira como delegado no Recife. Foi presidente das províncias de Pernambuco (1872-1875 e 1890), Bahia (1877-1878), Rio Grande do Norte (1872) e Rio Grande do Sul (1885-1876); ministro de Estado (Agricultura, Commercio e Obras Públicas; Justiça e Fazenda 1891); desembargador; juiz do Supremo Tribunal Federal; deputado eleito por mais de uma legislatura e Maçom proeminente, tendo a honra de ser presidente da Câmara dos Deputados que discutiu, votou e aprovou a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888.
Entre as suas obras podem ser destacadas: a reforma do Farol de Olinda e do Campo das Princesas, atual Praça da República, onde se localiza o Palácio do Governo; a construção do Mercado de São José; a conclusão das obras do Teatro de Santa Isabel, que havia sido destruído por um incêndio, em 1869; a construção e conservação de estradas no interior do estado; a construção de açudes, pontes; o calçamento e alargamento de ruas; o lançamento da pedra fundamental do Hospício da Tamarineira, ainda hoje em funcionamento.
Preocupado com os serviços de comunicação, implantou um sistema de telégrafo submarino entre o Recife e a Europa, o Rio de Janeiro, a Bahia e o Pará.
Criou a Escola Normal para expandir o ensino para mulheres, estabelecimento educacional que viria a competir com o conceituado Ginásio Pernambucano.
Contratou vários engenheiros e geólogos europeus para realizar estudos detalhados de mineralogia e geologia no interior e na área do porto do Recife, visando seu melhoramento.
Traçou uma política de incentivo e apoio para a modernização do parque açucareiro de Pernambuco.
Como juiz, criou a Comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, e se preocupou com a organização judiciária de Pernambuco.
Convidado pelo então presidente da República, Deodoro da Fonseca, participou do seu ministério até quando este entregou o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto.





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