domingo, 20 de maio de 2012

LIBERTAÇÃO DE ESCRAVOS PARA A GUERRA DO PARAGUAI (1867)


AUTOR
JOÃO LUSTOSA DA CUNHA / MARQUÊS DE PARANAGUÁ
ORIGEM
MINISTÉRIO DA GUERRA
DESTINO
PRESIDENTES DAS PROVÍNCIAS
DATA
02 de outubro de 1867
REGIÕES DE INTERESSE
BRASIL, RIO DE JANEIRO (CORTE) E DEMAIS PROVÍNCIAS
TEMA
LIBERTAÇÃO DE ESCRAVOS/ ALISTAMENTO / GUERRA DO PARAGUAI
RESUMO:

              Ofício Circular Confidencial enviado aos Presidentes das Províncias (este provavelmente para o Piauí), lembrando a necessidade de promover a libertação de escravos para fins de alistamento no Exército Brasileiro por motivo da Guerra do Paraguai; e que tal necessidade demanda um alto custo financeiro, devendo, portanto, promover ações de coleta de donativos e remeter à Corte do Império as relações das pessoas que mais se destacarem em tais contribuições. 
Assina: Visconde de Paranaguá.




TRANSCRIÇÃO
                   Rio, 1° de 8bro de 1867                          Ilmo. e Emo. Snr.
Confidencial

Convindo promover a libertação de escravos para assentarem praça no Exercito, sendo o pagamento feito em apolice, e a dinheiro; e bem assim procurar obter donativos, e activos serviços em relação a reuniaõ de contingente, sendo logo remettido ao Governo Imperial a relação das que se destinguirem em taes serviços e donativos: espero que V. Exa. empregará todos os seus esforços para que na Provincia, que administra, sejaõ satisfeitos n’aquelle sentido os desejos do Governo Imperial.
         Dando conhecimento a V. Exa. do que fica exposto, tenho a satisfação de significar a V Exa. a consideração e estima com que sou
De V Exa.
Am. Att. e obro
J. L. de Ca. Paranaguá
Em 2 de Outubro de 1867.

JOÃO LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ


Nasceu na Província do Piauí, a 21 de agosto de 1821, no município de Parnaguá (fazenda "Brejo do Mocambo", na antiga freguesia de Nossa Senhora do Livramento de Parnaguá). Filho do coronel José da Cunha Lustosa II e de dona Ignácia Antônia dos Reis Lustosa, e neto do português José da Cunha Lustosa I e da paulista Helena Camargo de Sousa. Eram seus irmãos o Barão de Paraim (José da Cunha Lustosa) e o Barão de Santa Filomena (José Lustosa da Cunha). O segundo visconde com grandeza e marquês de Paranaguá.
Formou-se pela Faculdade de Direito de Olinda em 1846, casou-se no ano seguinte com Maria Amanda Pinheiro de Vasconcelos, filha do Visconde de Monserrate, com quem teve seis filhos.
Desde cedo ocupa o cargo de juiz, fazendo carreira na magistratura até atingir o cargo de conselheiro (atual desembargador), em sua província natal, aposentando-se em 1878 com honras de Desembargador. Foi deputado provincial em 1840, e deputado geral nas 8ª e 13ª legislaturas. Tendo iniciado a vida política nas fileiras do Partido Conservador, tornou-se posteriormente um dos líderes do Partido Liberal.
Exerceu a Presidência das Províncias do Maranhão (1858 - 1859), de Pernambuco(1865 – 1866) e da Bahia (1881 – 1882); foi Ministro da Justiça (10 de agosto de 1859 - 3 de março de 1861, e de 3 de agosto de 1866 - 27 de outubro de 1866), Ministro da Guerra (7 de outubro de 1866 - 16 de julho de 1868), Ministro das Relações Exteriores (9 de dezembro de 1867 - 14 de abril de 1868, e de 6 de maio de 1885 - 20 de agosto de 1885), Ministro da Marinha (9 de dezembro de 1879 - 24 de janeiro de 1880), Ministro da Fazenda (3 de julho de 1882 - 24 de maio de 1883).
No Governo Parlamentar Brasileiro, foi Primeiro-Ministro (3 de julho de 1882 — 24 de maio de 1883)
Como ministro da Fazenda reduziu a emissão de papel-moeda e diminuiu os juros da dívida pública. Quando ocupou a Pasta da Guerra o país estava mergulhado no conflito com o Paraguai.
Além das atividades políticas teve intensa vida cultural, tendo presidido a "Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro" e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de ter sido membro efetivo e honorário de entidades similares.
Títulos nobiliárquicos
Foi o segundo visconde (com grandeza, em 1882) e o segundo marquês de Paranaguá. Grande do Império, veador de Sua Majestade a Imperatriz, comendador da Ordem de São Gregório Magno, dentre outras.
Foi agraciado com o título de marquês em 1888. Com a proclamação da República abandonou a atividade política.
Faleceu no Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1912.

FILIGRANA

a) Marca d'água:

 JOYNSON 1860

b) Carimbo em Alto-Relevo:

GABINETE do Ministério dos Negócios DA GUERRA







Nenhum comentário:

Postar um comentário