sábado, 21 de abril de 2012

BANDEIRA DA PRÚSSIA (1819)


AUTOR
CONDE DOS ARCOS
ORIGEM
MINISTÉRIO DA MARINHA E ULTRAMAR
DESTINO
SR. BALTHAZAR DE SOUZA BOTELHO
DATA
10 de março de 1819
REGIÕES DE INTERESSE
BRASIL, ALEMANHA, RIO DE JANEIRO (CORTE) E PIAUÍ
TEMA
MUDANÇA DA BANDEIRA DA PRÚSSIA EM NAVIOS
RESUMO:

              Conde dos Arcos comunica ao Governador da Província do Piauí a alteração na bandeira do Império da Prússia para os navios de guerra e mercantes deste estado e remete cópia da nota descritiva da mesma (em francês).

Assinatura do Conde dos Arcos, Dom Marcos de Noronha e Brito



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TRANSCRIÇÃO

S. Mag. manda remetter a V. M.ce para conhecimento desse Governo o extrato junto de huma Nota que apresentou aqui o Ministro de S. Mag. Prussiana, sobre as alterações que o mesmo Soberano julgou o propósito fazer na Bandeira dos seos Navios de Guerra e Mercantes.

Ds. Ge. V. Exa.  Palácio do Rio de Janeiro, em 10 de março de 1819.
Conde dos Arcos
Sn.or. Balthazar de Souza Botelho Vasconcellos.

(acompanha texto em francês descrevendo as alterações realizadas na bandeira prussiana)

Tradução da nota

Cópia.
O Pavilhão Prussiano, estando aprovadas as modificações por uma ordem do Gabinete, de 22 de Maio do ano passado, o portador, Mensageiro Extraordinário e Ministro Plenipotenciário de Sua Majestade o Rei da Prússia, foi encarregado de participá-lo oficialmente ao Ministro de Sua Fidelíssima Majestade.
Após este novo regulamento, o Pavilhão do Comércio flutuante à popa da embarcação é visualizado em três bandas da mesma largura, sendo que a de cima e a de baixo são pretas e a do meio de cor branca (mas sem águia). Dependerá de cada Capitão de Navio, adicionar ainda o nome da Vila ou da Província à qual pertence o navio, que será colocado então dentro da banda central.
Quanto ao Pavilhão determinado para as Embarcações Reais ou de Guerra, e flutuante nos mastros, fica decidido que será doravante inteiro na cor branca, com a Águia Real ao centro e a Cruz de Ferro no canto esquerdo da parte superior.
Eis, a seguir, as instruções de sua Corte, que o abaixo-assinado informa ao Exmo. Senhor Thomas Antonio de Villanova Portugal, do Conselho de Sua Fidelíssima Majestade, e Ministro-Secretário de Estado do Interior, Presidente do Tesouro Real, encarregado interinamente da Pasta dos Assuntos Estrangeiros e da Guerra, solicitando-lhe a boa vontade de fazer conhecer às autoridades respectivas estabelecidas nos Portos dos Estados de Sua Majestade, as modificações detalhadas acima, a fim de que o Pavilhão Prussiano seja reconhecido e goze da mesma recepção, em sua nova forma, que aquela que acaba de ser suprimida.
Pede, ao mesmo tempo, que Sua Excelência concorde e que me assegure de que lhe seja reiterada sua mais alta consideração = Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1819 = Conde de Flemming = Ao Exmo. Senhor Ministro-Secretário de Estado Thomas Antonio de Villanova Portugal.

Conde dos Arcos, Marcos de Noronha e Brito
Oitavo conde dos Arcos,Dom Marcos de Noronha e Brito nasceu em Lisboa a 7 de julho de 1771 e faleceu nesta mesma cidade em 1828. Foi Capitão-Geral da capitania do Grão-Pará e Rio-Negro, de 1803 a 1806. Substituiu D. Fernando José de Portugal e Castro no cargo de Vice-Rei do Brasil e foi o último Vice-Rei. Como tal, governou de 21 de agosto (ou 14 de outubro) de 1806 a 22 de janeiro de 1808, quando D. João de Bragança, Príncipe Regente de Portugal, aportou em Salvador, transferindo para o Brasil a sede da Monarquia Portuguesa.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, foi transferido para a Bahia, como governador. Estabeleceu na província a primeira tipografia e imprimiu o jornal "Idade de Ouro do Brasil". Realizou obras de extrema relevância, como a Biblioteca Pública, concluiu o cais da alfândega e o Teatro São João. Foi responsável também pela instalação de uma linha de correio para o Maranhão.
Em 1817 ajudou na repressão aos rebeldes de Pernambuco. Nomeado ministro da Marinha e Ultramar (1817), transferiu-se novamente para o Rio de Janeiro. Com o retorno de D. João VI para Portugal, permaneceu no Brasil, como Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino; após o Dia do Fico, D. Pedro I o demitiu e mandou para Portugal, por exigência dos militares, que não suportava o trato por ele dispensado.



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